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Stanislas de Guaita

(1861 - 1897)

1º Il. G.P. R+C da O.K.R.C.

Nascido em Lorraine em 6 de abril de 1861 no château d’Alteville, perto de Tarquimpol, Stanislas de Guaïta veio, por parte de sua mãe, Marie-Amélie Grandjean, de uma família de Lorraine, e por seu pai, François-Paul de Guaïta, de uma antiga família nobre de origem Lombarda (Itália), estabelecida em Lorraine a partir de 1800. Ele tinha o título de Marquês.

 

Desde o Liceu em Nancy, por volta de 1880, se tornou amigo de Maurice Barrès, que ele fará mais tarde se juntar ao martinismo. O prefácio de uma das edições de « No limiar do mistério » é além disso, assinado por Maurice Barrès. A História não diz se os dois homens compartilhavam as mesmas convicções políticas: Barrès evoluiu de fato de um esteticismo individualista que se reflete bem em seu "culto do Eu" a uma mística nacionalista e católica da Terra e dos mortos, centrada sobre o patriotismo de Lorraine e republicano.

 

Foi nos escritos de Peladan que Stanislas de Guaita encontrou sua primeira porta de entrada no universo da Tradição. Depois da leitura da obra de Éliphas Lévi, a partir da qual ele se tornará comentarista e bajulador, o iniciou ao misticismo cristão; Fabre d’Olivet o orientou aos grandes mistérios em geral e na língua hebraica; e Saint-Yves d'Alveydre o uniu à causa sinárquica. Papus, primeiro ridicularizado por ele pela escolha de seu pseudônimo, depois reabilitado, se tornou um grande amigo.

 

À luz de todas essas influências, Guaita defendeu um espiritualismo exaltando a Tradição cristã, que, graças ao eventual estabelecimento da sinarquia - forma ideal de governo -, deveria conduzir ao advento do reino de Deus. Em 1888, no mesmo espírito, fundou com Peladan a Ordem Kabbalistica da Rosa-Cruz, da qual imediatamente Papus fez parte. Entre os membros serão notados nomes mais tarde passados à posteridade como o banqueiro dos artistas, Olivier Dubs.

 

Peladan separou-se em seguida para fundar outra ordem: a Rosa-Cruz católica, alegando sua recusa a magia operativa.

 

Em 1893, a ordem de Guaita foi atacada por Huysmans, que o acusou de haver cativado à distância o ex abade de Lyon Joseph-Antoine Boullan. Duelos se seguiram; Huysmans e Jules Bois se opuseram a Papus e Guaita.

 

Stanislas era então um jovem poeta no estilo de Baudelair a quem Mendes tinha acabado de revelar Éliphas Lévi, escreveu Alain Mercier em As Fontes esotéricas e ocultas da poesia simbolista, 1870-1914 (1969). Mas Mercier adicona que Guaita poeta (Os Pássaros de passagem, 1881; A Musa negra, 1883; Rosa mystica, 1885) « por seu classicismo de forma e de escrita, é mais próximo dos parnasianos que dos simbolistas, de modo que havia nele dois seres distintos: o hermetista aristocrata e generoso por um lado, o poeta atormentado e inquieto de artifícios por outro ». Para informação, Rosa mystica está disponível na Biblioteca Universitária da faculdade de letras de Nancy, em edição original.

 

Intoxicado por drogas, o homem morreu prematuramente, em 19 de dezembro de 1897, com a idade de 36 anos. Foi enterrado no cemitério de Tarquimpol. Alguns alegaram que ele sucumbiu ao que seria chamado hoje de overdose, mas essa tese é desmentida pela família. Parece que ele foi levado por graves problemas renais. Entretanto, não se pode excluir que o escritor, nas garras do sofrimento, e sentindo seu fim próximo, poderia ter recorrido maciçamente à cocaína e talvez outros produtos como a heroína. 

 

"A Coca, como o haxixe, mas de outras formas, exerce sobre o corpo astral uma ação direta e poderosa; seu uso costumeiro desvenda, no homem, certas ligações compressivas de sua natureza hiper-física, - ligações cuja persistência é para a grande maioria uma garantia de saúde. Se eu falei sem reticências sobre esse ponto, encontrarei incrédulos, mesmo entre os ocultistas. Devo me limitar a um conselho. - Você que tem sua vida, sua razão, a saúde de sua alma, evite como a peste as injeções hipodérmicas de cocaína. Sem falar no hábito muito forte que se cria (mais imperioso ainda, mais tenaz e mais funesto cem vezes que qualquer outro do mesmo tipo), um estado particular nasceu." (A Serpente do Gênesis, primeiro setenário, cap. V: O arsenal do feiticeiro).

 

Em colaboração com seu secretário e amigo Oswald Wirth, ele fez um Tarô que ainda é publicado no momento sob o nome de Tarô de Wirth. 

Bibliografia >

Fondateurs de l'Ordre Kabbalistique de la Rose-Croix

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